"O fosso entre os salários das pessoas com pai licenciado e aquelas cujo pai cumpriu o 9.o ano de escolaridade é mais alto em Portugal do que em qualquer outro país da Organização para a Cooperação Económica (OCDE), mostra um estudo comparativo sobre mobilidade social publicado pela organização sediada em Paris. Apesar do crescimento económico nas últimas três décadas ter aberto novas oportunidades de ascensão social para milhares de portugueses, a mobilidade social relativa continua mais baixa do que noutros países desenvolvidos: Portugal é um dos países da OCDE onde a educação e o contexto económico dos pais mais influência tem no salário ganho pelos filhos.
"Em todos os países cobertos pelos dados, um filho tem muito mais probabilidade de estar no quartil [25%] salarial mais alto se o pai tiver educação superior, comparado com um filho cujo pai tem apenas educação básica [abaixo do 9.o ano], particularmente em Portugal, no Luxemburgo e no Reino Unido", aponta o estudo da autoria dos economistas Orsetta Causa e Asa Johansson (que serviu de base para o relatório publicado em Fevereiro pela OCDE). Ter um pai com educação superior sobe os salários dos filhos no mínimo 20%. O jogo social funciona também ao contrário: filhos de pais com menos do que o 9.o ano "tendem a ganhar consideravelmente menos".
Esta persistência salarial (e social) entre gerações verifica-se apesar das políticas públicas para criar igualdade de acesso ao factor que mais pesa na conquista por um emprego bem pago: a educação. A rigidez salarial reproduz mesmo um grau de rigidez semelhante na educação pública, confirma a OCDE. O contexto económico da família, por exemplo, tem um impacto importante nos resultados escolares, um efeito que é mais forte nos países mais desiguais.
(...)"
In Jornal i, 01/03/10
(Recomendo leitura integral)
Políticas a promover/intensificar (por exemplo):
- Apoiar o acesso das famílias carentes a bens culturais (livros e leitura, por exemplo: e os livros são caros)
- Valorizar a escola na consciência/percepção dos pais e das comunidades
- Acelerar a implementação da escolaridade obrigatória para o 12º ano (medida já tomada pelo governo)
- Generalizar formação de activos (Novas oportunidades - Ah! os críticos -, ensino à distância e on-line)
- Incentivar/apoiar, as famílias carentes a facultar aos filhos acesso a outras actividades não escolares/ nao curriculares: teatro, dança, música, artes, desporto, ...
Bolas!
ResponderEliminarA propósito:
Hoje comprei o livro "Quente, Plano e Cheio" de Thomas L. Friedman, Editora Actual. Custou-me 22.05€.
No supermercado comprei 3 pimentos verdes, 1 embalagem de salada de alface, 1 embalagem (6) salsichas verdes, 2 hambúrgueres,2 fatias de perna de cabrito, 4 iogurtes, 2 garrafas de vinho, 1/4 de pão de milho, 1 saco de maçãs ja embaladas, e paguei 20.45€.
Bolas! Como nos atrevemos a dizer às pessoas para lerem e estudarem mais? Porque nos queixamos que se lê pouco?
Outra política para o livro, precisa-se!