SANTARÉM, 5 Junho 10
- Exmo. Senhor Dr. Fernando Nobre, Candidato a Presidente da República de Portugal
- Senhoras e Senhores
- Caras e caros amigos
O mundo já não é como costumava ser.
Continuamos a pensar o mundo como estávamos habituados e pensá-lo.
Precisamos de mudar o nosso modo de pensar o mundo.
1
Vivemos (Portugal, a Europa) uma crise de sustentabilidade.
Uma crise de confiança e de adesão/consentimento relativamente às Escolhas Públicas…
Precisamos de construir, fundamentar, negociar, concertar um novo desenho para as Escolhas Racionais Públicas, para as Grandes Políticas do Estado, precisamos de um Novo Contrato Social que defina os caminhos de médio /longo prazo para sair da crise, repor a sustentabilidade financeira, económica e social da nossa Comunidade.
1.1
Para isso torna-se necessária uma nova cultura, um novo protocolo, uma nova prática de Debate Político.
O debate político deve clarificar as diferenças, construir correntes de opinião diversas, sólidas, plurais, em que todos se possam encontrar e reconhecer. Deve afirmar alternativas pelas quais todos possam realizar as suas opções. Deve tornar possível a cada um de nós a identificação e a liberdade de escolha no respeito por um pluralismo fundamentado, racional, democrático.
Todavia não pode o debate político democrático esgotar-se na afirmação repetida e exaustiva da diferença. Sob pena de nos deixarmos aprisionar no dogmatismo fechado do “contrismo” generalizado, do “estar contra” porque sim, da crítica fácil, da incomunicabilidade dos argumentos e das diferentes ordens de razões.
Hoje, numa democrática adulta e madura, exige-se a capacidade de concertação política e de construir plataformas de entendimento como um valor decisivo para a acção do Estado e do País.
1.2
Debate, negociação, concertação para ir construindo as invariantes da política do Estado, as estratégias e objectivos de médio/longo prazo para as novas Escolhas Racionais Públicas que definam caminhos viáveis e formas de vida sustentáveis, capazes de redefinir as bases da confiança dos cidadãos e a sua adesão/consentimento à acção do Estado e dos Governos.
Negociação e Concertação políticas
Novo Contrato Social para a Sustentabilidade e o Desenvolvimento
Confiança, Adesão e Consentimento dos Cidadãos
Validação social das Escolhas Racionais Públicas
2
Neste quadro, porquê Fernando Nobre?
Porquê o Senhor para Presidente?
2.1
Porque, como o Sr. afirmou no discurso que proferiu no jantar de 1 de Maio, Lisboa, “Portugal precisa de um Presidente (…) que queira e saiba criar pontes de diálogo e de entendimento inter-institucionais e que não seja omisso nem se demita das suas responsabilidades”.
O que quer dizer um presidente que saiba e queira funcionar como um agente facilitador e catalisador da Negociação/Concertação políticas necessárias para um Novo Contrato Social para a Sustentabilidade e o Desenvolvimento, da fundamentação de uma nova Confiança e Adesão/Consentimento dos Cidadãos para a validação social e democrática das Escolhas Racionais Públicas que temos que fazer, como acabei de dizer.
2.2
Porque o Senhor, Dr. Fernando Nobre, tem acumulado uma enorme e preciosa experiência qualificada e cosmopolita de presença em lugares e circunstâncias difíceis, de relação, participação, negociação e concertação interpessoal e interinstitucional (com ONG´s, Estados e Governos, instituições internacionais). Porque essa experiência nos é hoje, aos Portugueses, da maior utilidade e necessidade.
2.3
Porque o Senhor, Dr. Fernando Nobre, é portador e significa uma experiência vivida de participação social e cívica, de cidadania activa, prática, “todo o terreno”. Experiência vivida que se constitui numa verdadeira sabedoria fundada numa constelação de valores e de ideias reguladoras que funcionam e fazem funcionar os outros e as organizações no que as pessoas e as organizações têm de melhor. Não relevam da retórica literária e de salão, radicam antes na força do vivido… e constituem um exemplo para cada um e para o País.
2.4
Porque o Senhor, Dr. Fernando Nobre, é daqueles que em dias de vento não eleva muros para se proteger a si próprio mas constrói, e envolve os outros, na construção de moinhos de vento para benefício comum.
2.5
Porque, Dr. Fernando Nobre, por todas estas razões e outras que não cabem aqui, nas nossas circunstâncias actuais, Portugal e os Portugueses precisam de si e o Senhor tem um contributo inestimável a dar a Portugal.
Nelson Carvalho
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