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segunda-feira, 17 de maio de 2010

A PRIMEIRA GERAÇÃO GLOBAL

Recém-licenciados querem ir para as cidades do futuro
por Cláudia Garcia e Kátia Katulo, Publicado em 17 de Maio de 2010, "i"

.Inquérito a 4000 jovens de 22 países diz que 80% ambiciona um emprego no estrangeiro e 70% quer trabalhar num país com uma língua diferente.

Tóquio continuará em 2020 a ser um dos grandes centros financeiros do mundo e o lugar das grandes oportunidades D.R. 1/1 + fotogalería .A próxima geração de empresários não quer o mesmo emprego para todo o sempre, não quer viver no país onde nasceu, nem sequer se preocupa tanto com os melhores salários que o seu patrão tem para oferecer. É a chamada geração Milénio e dela fazem parte aqueles que entraram no mercado de trabalho após o ano 2000. São os recém-licenciados de hoje que encaram o emprego como um mundo sem fronteiras. É esta a conclusão do estudo "Mobilidade de Talento em 2020" realizado pela empresa de consultadoria americana Pricewaterhousecoopers (Pwc) que ouviu mais de 4000 jovens de 900 multinacionais sediadas em 22 países e concluiu que 80% desta geração deseja trabalhar fora do seu país.

Segundo o inquérito da Pwc, mais de 70% destes jovens coloca a hipótese de trabalhar num país com uma língua diferente da sua e 94% acredita que ter um emprego no estrangeiro irá acontecer muito mais vezes do que aconteceu com os seus pais. A geração Milénio já nasceu num mundo globalizado e vai portanto seguir as oportunidades internacionais, mudando de país e cultura sem necessidade de regressar, a não ser mais tarde, após consolidarem as suas carreiras. O seu objectivo não é tanto a compensação financeira, mas sim a experiência pessoal e os desafios profissionais.

Esta é a geração que tem o perfil, as aspirações e as expectativas que, segundo o inquérito, coincidem com as estratégias dos líderes empresariais. O estudo revela que, nos próximos 10 anos, as empresas internacionais vão ter uma maior necessidade de deslocar o seu talento e, como consequência, a mobilidade irá crescer ainda mais. Na última década, os contratos internacionais destas 900 empresas subiram 25% e, segundo as previsões da Pwc espera-se que aumentem 50% até 2020. Como vão recrutar, gerir e formar os recém-licenciados é o desafio que os consultores americanos da Pwc colocam hoje às empresas e multinacionais sob pena de perderem a guerra pelos melhores talentos para competir na próxima década. No inquérito feito às 900 empresas, 97% dos chairmen e CEO defendem que o talento é o factor mais determinante para o crescimento económico; 79% diz que, após a recessão económica, irá reavaliar estratégias para gerir o talento nas empresas e 55% espera mudar de atitude perante a mobilidade global. Os vencedores da próxima década serão aqueles souberem atrair, manter e fazer circular os melhores talentos à escala global. No inquérito, os líderes empresariais assumiram com clareza que a crise pôs a descoberto falhas nas suas práticas de gestão e, neste momento, estão à procura de novos caminhos: 61% admite vir a mudar as suas políticas salariais e contratuais e 76% confessa que vai ter de encontrar outros modelos de recursos humanos.

As cidades. E quais serão os lugares do mundo que melhores oportunidades vão oferecer? Os especialistas americanos estão convencidos de que são as capitais mais populosas que irão influenciar os novos centros da economia - Tóquio, Mumbai, Nova Deli, Daca, São Paulo ou Cidade do México irão ultrapassar Paris, Londres ou Moscovo. Entre as 30 cidades mais populosas da década de 50, só 19 permaneceram neste top em 2007.

Em contrapartida, 11 novas cidades que nunca figuraram entre as primeiras estão hoje neste ranking. Em 2020, prevê o estudo, só 16 cidades da lista dos anos 50 irão permanecer no top 30 - destas apenas três não norte-americanas e tanto Londres como Lima vão sair do pódio para dar lugar a três novas cidades: Lahore (Paquistão), Shenzhen (China) de Chennai (Índia). De acordo com o estudo, o aumento populacional de cidades como São Paulo, Mumbai e Xangai tornou-se "mais sustentável", sobretudo no plano da construção, energia, água, resíduos ou transportes. São os lugares do futuro para a geração que não quer enterrar raízes em lugar nenhum.

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