CANDIDATURA DE FERNANDO NOBRE À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
APRESENTAÇÃO DO MANDATÁRIO DISTRITAL DE SANTARÉM
22.109.2010
Nelson Carvalho
1. No Séc XVI, com Portugal a abrir caminho, a Europa Atlântica lançou-se à conquista dos mares e da descoberta de novos caminhos para o comércio mundial.
Em 1509, com a Batalha de Diu, o abrantino Francisco de Almeida assumiu para Portugal e para a Europa o domínio do Índico e deu início à história do comércio global.
Tinha começado a primeira globalização, a globalização das nações, dos Estados, consumada através dos impérios europeus, assentes num disposititvo militar-tecnológico-económico que garantiu à Europa cinco séculos de domínio, prosperidade, enriquecimento, e a definição de uma forma de vida.
2. O Séc XX trouxe o fim deste ciclo: o fim dos impérios europeus, a libertação e a independência de povos e nações que assumiram os seus próprios caminhos e se lançaram nos caminhos do desenvolvimento de que tinham sido privados. Trouxe também os EUA como a única grande potência global. Viu o eixo das economias florescentes deslocar-se do Atlântico para o Pacífico. Deu nome a novos países, agora chamados emergentes. Assistiu à afirmação da Ásia (Japão, China, Índia, Coreia do Sul, Estados Tigre, …) como o grande Parque de Negócios do mundo.
E sobretudo deixa a Europa em fim de ciclo, envolvida numa crise sem precedentes, num declínio que parece irreparável, a perder prosperidade, a empobrecer, a ser incapaz de gerar a riqueza de que necessita para garantir a sua forma de vida.
Em 2000 lançou a sua estratégia para responder á situação: a Estratégia de Lisboa, liderada pela presidência portuguesa de António Guterres. Teve resultados, mas não cumpriu os objectivos: tornar a economia europeia a economia baseada no conhecimento mais competitiva do mundo.
A Europa lança agora nova estratégia: Europa 2020 …
3. De que precisamos para poder ter sucesso?
Na Europa precisamos de mais integração. Precisamos de mais coordenação. Precisamos de mais regulação. Precisamos de mais concertação. Precisamos de mais coesão. Precisamos de mais competitividade. Precisamos de mais e melhor cidadania europeia. Precisamos de mais Europa.
E em Portugal?
3.1 Em Portugal precisamos de uma nova cultura de debate político que valorize a política como território de concertação, que afirmando as diferenças e diversidade de opinião, saiba construir, não falsos consensos, mas plataformas para a acção política do Estado que definam caminhos de médio prazo estáveis e duráveis por forma a andarmos em frente e não ao sabor das circunstâncias e da correlação de forças conjunturais. Valorizar, numa democracia adulta, a capacidade de negociação e de concertação, construir um novo Contrato Social que defina os caminhos para saír
da crise e projectar o nosso desenvolvimento sustentável.
3.2 Em Portugal precisamos de promover e aprofundar a teoria e a prática da cidadania como valor central da democracia. Que constelação de direitos são constitutivos da cidadania? Só os direitos cívicos e políticos ou também os direitos sociais, os direitos às prestações do Estado que respondam às necessidades básicas e a liberdade e igualdade de oportunidades? Que constelação de deveres e obrigaçõe somos chamados o cumprir? Sim, precisamos de uma cultura rigorosa dos deveres e obrigações dos cidadãos, das organizações, das instituições, das empresas.
3,3 Em Portugal precisamos de promover e aprofundar os níveis de adesão e de consentimento dos cidadãos nas escolhas públicas, nas políticas públicas, nos grandes caminhos que a nossa sociedade e a nossa democracia quer e deve percorrer. E todos sabemos como estes níveis de adesão e consentimento são criticamente baixos, e tendem a decrescer, consolidando uma clivagem perigosa entre cidadãos e classe política, entre representados e representantes, provocando uma erosão preocupante da representação como essência das sociedades democráticas.
Qualificar o debate político. Explicar permanentemente as políticas. Multiplicar as ocasiões de participação séria e expressão das opiniões …
3.4 Em Portugal precisamos da emergência de um sentimento do novo e do diferente e a democracia tem que saber e ser capaz de promover o quadro de renovação em que o novo e o diferente possam emergir.
O novo pode e deve ter um efeito inspirador e mobilizador.
4. Estas quatro necessidades essenciais para abrir caminho para Portugal no momento presente constituem autênticos vectores apontados claramente para si, Fernando Nobre.
4.1 O Senhor, Fernando Nobre, traz nos uma experiência rica e diversa de participação, debate, negociação e concertação em cenários difíceis em todo o mundo. De negociação com governos, organizações internacionais, ONG, associações privadas para construir acções emergentes, rápidas e úteis para as comunidades.
4.2 O Senhor, Fernando Nobre, deu um novo sentido à vivência da cidadania. Assumiu, à cabeça, o que entendeu serem as suas obrigações e as suas responsabilidades para com as pessoas, as comunidades, mobilizando vontades, energias e meios para elevar os níveis de uma intervenção social solidária e eficaz.
4.3 O Senhor, Fernando Nobre, com a sua experiência de vida, oferece e põe à disposição da comunidade um exemplo inspirador. De proximidade às pessoas e às suas dificuldades. De participação, auto mobilização e auto organização da sociedade. De emergência de uma cidadania prática capaz de assumir as necessidades sociais como assunto, responsabilidade e acção próprios e de cada um. Esta inspiração constitui uma interpelação a todos e a cada um de nós. Esta inspiração é um motivo adicional para nos aproximarmos da política, a escrutinarmos, a discutirmos, a querermos validar e a melhorar os processas da sua legitimação., promovendo os mecanismo de adesão e de consentimento vitais para uma revitalização da democracia, quer representativa quer participativa.
4.4 Finalmente o Senhor, Fernando Nobre, significa algo de novo e de diferente. O Senhor aproxima-se da política activa não a partir da uma carreira comum e habitual, feita da participação corrente nos aparelhos partidários, mas de um trabalho e de uma experiência que vêm das dinâmicas e das práticas de intervenção social efectivas, a partir de uma imersão profunda nas necessidades reais das pessoas e das comunidades, e de um pensamento e uma prática de resposta efectiva e concreta essas necessidades …
Esta novidade e diferença constituem hoje um valor acrescentado para uma garantia de que poderemos não nos resignar à repetição minimalista do mesmo, pelos mesmos, nas mesmas circunstâncias.
5
- Capacidade de intervenção, negociação, concertação. Um novo espírito para um debate político novo para abrir novos caminhos para Portugal.
- Experiência de uma cidadania empenhada, comprometida, exigente, prática, solidária.
- Inspiração capaz de permitir a constituição de modelos positivos e credíveis para os cidadãos e a emergência de nova praticas sociais mais solidárias, mais participativas, mais responsáveis.
- Emergência do novo e o diferente a apontar o futuro e romper com a repetição desmobilizadora do mesmo, pelos mesmos, para o mesmo e enriquecer o nosso imaginário colectivo com novas portas, pontes e passagens para o futuro que queremos construir.
Isto é o Senhor, Fernando Nobre.
Isto é o que o Senhor pode significar para Portugal.
É por isso que o Senhor aqui está, connosco, como candidato à Presidência da República.
É por isso que nós aqui estamos consigo a dizer lhe que queremos participar, apoiar e votar em si para vir a ser o nosso Presidente.
É também por isso que eu recebi, com honra, o seu convite para ser o mandatário distrital da sua candidatura em Santarém.
É por isso que o aceito e farei, faremos todos, o nosso melhor por esta causa.
Porque sabemos que é uma causa Por Portugal.
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