Duas Margens

BEM VINDO ÀS DUAS MARGENS

Espero que possamos partilhar a vontade de construir pontes e passagens, certos de que todas a pontes e passagens têm pelo menos 2 entradas e que todas as entradas são também saídas. Às vezes não importa tanto onde entramos e por onde saímos, mas o que no percurso fazemos juntos.

domingo, 24 de outubro de 2010

DARWIN; ADAPTAÇÃO CRIATIVA

VEJO E OUÇO O MESMO QUE TODOS: críticas e acusações ao Governo, a Sócrates, a Ministro das Finanças ... O mínimo é incompetentes ...
Todavia interrogo-me: e os gregos? e os espanhóis? e os franceses? e os italianos? e os irlandeses? e os islandeses? e os ingleses? e ...? e...?
Tenho para mim que:
- é estatisticamente muito difícil ter todos e ao mesmo tempo como líderes bons, competentes, clarividentes...
- é estatisticamente muito difícil ter todos e ao mesmo tempo como líderes maus, incompetentes, ignorantes ...
Penso que alguma coisa deve ter acontecido sem ser nos governos e nos primeiros ministros.
Penso que alguma coisa deve ter acontecido no mundo e na realidade, que nos ultrapassou a todos e a eles também.
Penso que o mundo e a realidade mudaram debaixo dos nossos olhos e que nós não percebemos.
Penso que os mais lúcidos que eu conheço apenas acham que o mundo está a mudar.
Penso que o mundo já mudou e nós (pela Europa) andamos às aranhas.
Penso que não vale a pena dizer mal do mundo e culpar a realidade.
Penso que o mundo e a realidade não nos pedem licença para acontecer
E penso que devíamos saber o que temos que fazer: Darwin ensinou-nos a necessidade da adaptação às mudanças das circunstâncias.
Penso que temos que nos adaptar às mudanças do mundo e da realidade.
Penso que o séc XX, como fim dos impérios europeus no mundo e as independências dos outros povos por todo o mundo, permitiu que todos os outros quisessem o que nós já tínhamos: riqueza, prosperidade, bem estar. E, livres, se puseram a caminho para o lado bom da vida.
Penso que eles estão a ganhar esta luta global pela riqueza e pela prosperidade. E penso que ainda bem para eles.
Penso que a Europa a está a perder.
Penso que cinco séculos da história europeia chegaram ao fim.
Penso que a Europa tem que se adaptar. E desenvolver rapidamente os dispositivos e mecanismos e competência adaptativas necessárias para responder às novas circunstâncias.
Penso que todos sabemos o que nos acontecerá se não houver essa rápida adaptação criativa.
Darwin já nos contou essa história.
Penso que os processos de adaptação criativa podem ser muito duros.
Mas penso que a alternativa é pior.

1 comentário:

  1. Tem toda a razão quando diz que a Europa terá que se adptar a um mundo que já mudou. Por exemplo a City of London, está perder o peso e a posição de líder da industria financeira mundial. Essa está a mudar para o oriente, para Xangai, Singapura ou Mumbai, só para citar alguns exemplos. No entanto o que se passa é que nos outros países, onde o defícit orçamental é um problema e a dívida estatal é um problema ainda maior, se fazem cortes na despesa pública e os exemplos vêm dos próprios gabinetes governamentais. Em Portugal, ao contrário destes países que citou, os cortes nas despesas parlamentares e dos gabinetes ministriais ficam-se por uns míseros 4 MILHÕES de Euros. Isto é a gozar com a cara de um Zé Povinho pobre e cheio de dificuldades. Depois temos o TGV, como se alguém vai estar disposto a pagar bilhetes caros para fazer Lisboa-Madrid em três horas quando o pode fazer numa hora de avião pela metade do preço. Isto já para não falar de Paris ou Bruxelas. Portanto o TGV só é preciso para as negociatas entre aqueles que vão ganhar milhões com a sua construção.
    A diferença entre nós e os outros vê-se nestas situações.

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