Sou a favor do casamento entre homossexuais.
Em rigor: sou a favor o casamento entre duas pessoas adultas.
É o direito à auto-determinação. Cada um define-se e assume os compromissos que quer assumir. É uma questão de afirmação de maioridade. É uma questão de maioridade pessoal e civilizacional.
Mais: Perguntar a quem quer que seja se seja quem for pode ou não pode casar-se com outro qualquer é já de si uma limitação de direitos. Por isso também me parece claro que fazer depender esse direito dum referendo, da vontade dos outros, mesmo que seja da vontade dos outros todos, é uma violência inaceitável.
Não tem nada que ver com o que cada um acha da homossexualidade ou isso.
Questão a meu ver inteiramente diferente: Deve ou não aceitar-se que casais de duas pessoas do mesmo sexo possam adoptar crianças? Porque é diferente? A meu ver já não se trata aqui do direito à autodeterminação individual. Neste caso há um terceiro: a criança. Sobre a qual se exerce um acto, uma opção, uma escolha. Da qual a criança não é o sujeito autodeterminado, antes o objecto determinado. Isso, a meu ver, muda inteiramente as coisas. Não se pode afirmar que do casamento gay se deduz
a adopção e que um é a consequência natural ou lógica do outro, como se fossem actos ou factos da mesma natureza. Parece me claro que não são.
Vamos, todavia, ter que debater e fazer um esforço de clarificação muito mais exigente.
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