Duas Margens

BEM VINDO ÀS DUAS MARGENS

Espero que possamos partilhar a vontade de construir pontes e passagens, certos de que todas a pontes e passagens têm pelo menos 2 entradas e que todas as entradas são também saídas. Às vezes não importa tanto onde entramos e por onde saímos, mas o que no percurso fazemos juntos.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

10 ANOS MAIS TARDE...

Hoje é o último dia da primeira década do séc. XXI. Amanhã será o primeiro dia da segunda década.
Há 10 anos era a vertigem, única e irrepetível, de mudar de ano, de mudar de século, de mudar de milénio.
Ia mudar tudo. O século XXI era o grande mito, o grande horizonte, todas as janelas (windows) abertas para um mundo novo.
O 9/11 (Queda do Muro de Berlim) tinha acabado de limpar o cenário e redefinir os horizontes de todas as esperanças, de todas as mudanças, de todos os possíveis. Fomos todos (?) berlinenses.
Cedo nessa vertigem (11/09) caíram-nos em cima os aviões que transformaram as Torres (World Trade Center) no grande espectáculo de uma das marcas do século e fizeram de todos nós (?) americanos.
Falávamos na globalização que estava para vir e nem sabíamos do que falávamos.
Aprendemos a soletrar palavras novas e inglesas para falar de coisas que nem imaginávamos. Outsourcing, insourcing, offshoring, downloading, uploading, e expressões como digitalização e software de sistematização de fluxos de trabalho, supply-chaining, sem as quais hoje não conseguimos sequer falar com sentido do mundo, da vida, da sociedade, da economia das organizações, das empresas, dos indivíduos.
Começámos a falar da Índia e da China como se sempre nos tivessem sido familiares.
Habituámo-nos a falar da Europa como se estivesse feita e a achar natural e um direito adquirido os “dinheiros de Bruxelas”.
Há 10 anos imaginámos que íamos entrar num mundo inteiramente novo.
Hoje estamos num mundo inteiramente novo e não o conseguimos imaginar.
Deixem me voltar a Marx. Não basta interpretar o mundo. É preciso transformá-lo. Certo.
Mas sem o interpretar nunca o transformaremos.
E acho que estamos bem longe.
Jan yang nan mau ping shun tan ming yao, que é como quem em chinês diz (salvo erro) Bom Ano Novo.
BOA PASSAGEM DE ANO E FELICIDADES!

1 comentário:

  1. Há 10 anos não havia canais de notícias no cabo.
    Há 10 anos se falássemos de blogosfera ninguém nos entenderia. Hoje divide e reparte a informação e a opinião com maior pluralismo. A Rede democratizou-se. A Rede é a nossa cara, a nossa imagem pública. A Rede já não é uma tendência.
    Há 10 anos ainda não mandávamos um e-mail (para sermos mais rigorosos, enviávamos, mas ainda com um olho no burro e outro no cigano. O fax ainda nos parecia mais seguro). Hoje, os miúdos nem já sabem o que isso é, porque comunicam no MSN ou no HI5.
    As Redes Sociais trouxeram um novo paradigma comunicacional.
    Se podíamos existir sem estarmos no Twitter, no Facebook ou no YouTube? Claro que sim! Mas como diz o outro: “Não era a mesma coisa”.
    É o admirável mundo novo.

    Excelente texto o seu. Como sempre!
    Gosto muito de o ler e reflectir a partir das suas reflexões na blogosfera. Bem-vindo!
    Desejo-lhe um 2010 bem sucedido …e muitos e bons desafios.
    Abraço,
    Fernanda Mendes

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